sexta-feira, 2 de outubro de 2009

quarta-feira, 30 de setembro de 2009




terça-feira, 1 de setembro de 2009

Para Alice (que diz que não lê)


A palavra "névoa" é muito importante. Na verdade, o seu efeito pode ser atingido se pensarmos num olhar para uma paisagem com os olhos semicerrados, sem distinguirmos o contorno das coisas. E quando isso acontece num texto de um livro, o leitor, mesmo assim, distingue as coisas, as descrições e as pessoas são nítidas e precisas. O que os leitores não conseguem entender é em que momento do tempo se encontram. Como escreveu Georges Poulet, o passado de Nerval "dança de roda com ele".

inspirado no texto de Umberto Eco sobre "Sylvie"(de Gerard de Nerval)

Nem tudo é fácil de cientificamente provar


Rapariga: O mundo é real, então?
Einstein: Sim, sem qualquer dúvida. Eu nunca o neguei. É mesmo até, de uma certa forma, a definição do mundo. O mundo é realidade, a realidade do todo. Pelo menos, para mim. Os nossos olhos formam uma barreira, é claro. Esbatem o universo à nossa frente porque é o modo como vêem as coisas.(...) Cada olhar é uma mentira, cada olhar deforma. Não há nada mais suspeito que um olhar. Os nossos olhos-por outras palavras, o nosso cérebro, dado que um não funciona sem os outros - é terrivelmente restritivo do mundo e persiste em enganar-nos. Tudo o que faz é ver. Divorcia-se da realidade e deixa-nos fora do mundo. É por isso que temos de ir mais longe.
Rapariga: Então está a dizer que o mundo é real.
Einstein: Sim.
Rapariga: Que outros exemplos me pode dar sobre o que disse a respeito dos olhos e da visão?
Einstein: O átomo. Foi invisível durante muito tempo. Nos microscópios só conseguiamos ver micróbios. Por isso diziam: mostre-nos os seus átomos. E eu, tecnicamente, não era capaz.

de, "Por favor, senhor Einstein" de Jean-Claude Carrière.